Sylvia Romano*
Gostaria de propor aos nossos governantes que implantem eleições anuais. Estou encantada com as preocupações dos políticos em relação ao bem-estar da população, seja em termos de segurança, educação e saúde. Não sabia também o quanto andam gastando nossos candidatos, valores estes sempre divulgados por seus opositores. O nosso presidente, para agradar os eleitores dos seus candidatos, está até tentando promulgar uma lei perdoando todos os devedores do erário de no máximo R$ 10 mil, isto até o ano de 2002, o que deve ser muito pouco, pois nesta soma se embutirmos as multas e os juros, veremos que o que é realmente devido é uma importância irrisória.
Encanta-me, também, saber o que fizeram no passado vários ex-políticos e agora novamente postulantes a novos cargos, obviamente com elogios rasgados "de boca própria" às benesses que implantaram em prol da população, sempre muito mal provadas, mas em compensação, com todos os escândalos esquecidos.
Outra coisa que gosto muito nos programas políticos impingidos é o teor cômico dos candidatos. Acabo rindo "a bandeiras despregadas", como dizia minha avó, com as aparências, propostas e promessas dos caras-de-pau que se apresentam em nossas TVs. Os nomes então nem se fala, a grande maioria nem sobrenome tem e acaba sempre se utilizando dos apelidos mais estapafúrdios. Os discursos, sempre preparados pelos marqueteiros dos partidos, poderiam até servir de textos básicos para qualquer programa humorístico. Tenho certeza que os candidatos, em sua santa ignorância, não sabem bem o que estão falando, mas também isto não importa muito, pois promessas são promessas e cumpri-las é que serão elas, o que todos nós sabemos que jamais irá acontecer.
Que grupo de abnegados e patriotas é estes nossos candidatos. Sei que se houvesse uma verdadeira investigação do passado de 99% deles, um exame de capacidade intelectual e uma lei eleitoral rígida e séria, esta "companhia teatral" de energúmenos, beócios, mentecaptos e sacripantas elogios estes que desconfio que a maioria deles não saiba o que devam ser , iria desaparecer, o que, convenhamos, seria uma grande perda para o nosso riso diário durante o período que antecede as eleições.