Eu também os convidei
para A Casa.
Demonstravam ser éticos, educados,
honrados, com princípios.
Eram bem recomendados e
a si próprios recomendavam
Nesta nova Casa, almejava-se uma grande festa,
com todos os amigos que também assinaram os convites.
A Casa precisava de reformas,
de boa companhia, de solidez.
Conversaríamos entre sorrisos confiantes
pois o trabalho haveria de ter sido feito!
Comemoraríamos!
Mas qual o quê!
Após o convite
Invadiram A Casa
Tomaram A Casa
Convidaram seres pérfidos
E com a turba nefasta
Pixaram as paredes!
Demoliram os muros!
Desmataram jardins!
Devoraram os alimentos!
Roubaram as economias!
Depredaram os pilares!
Nas ruínas da Casa fazem festanças
Em algumas fantasiam-se os descarados como nós, de miseráveis
Em outras, entre eles nos afrontam com o chic dos gatunos
E a esbórnia depravada continua
Criaram muralhas ao redor da Casa
Calaram a mim e aos amigos
Na Censura aviltante,
de convidados se tornaram invasores
Na farra desavergonhada
Viajam para invadirem outras casas,
com plano de criarem o grande condomínio nefasto.
Seus nomes imundos invadiram ruas e palácios
Para onde olhamos lá estão os nomes dos que havíamos convidado
Recebem honrarias em outras paragens,
de outras casas tão ingênuas como nós fôramos!
Meus amigos aterrorizados.
Não vêem saída para a Casa em ruínas
Perguntam: Quem são estes que convidamos?
Não conseguimos expulsa-los!
E querem que os sirvamos!
Por que os convidamos?