sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Político italiano defende boicote a produtos brasileiros

Itália - Agência AnsaLatina

Título: Político italiano defende boicote a produtos brasileiros
Data: 16/01/2009

Milão - O vice-prefeito da cidade de Milão, Riccardo De Corato, da coalizão governista Povo da Liberdade (PDL), propôs nesta quinta-feira o boicote aos produtos brasileiros como forma de pressionar o Brasil a reconsiderar a decisão de conceder asilo político ao ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti.

- Boicotemos o Brasil para protestar contra a não extradição de Cesare Battisti, homicida e terrorista vermelho condenado à prisão perpétua - declarou De Corato. - Boicotemos, portanto, os produtos provenientes do Brasil para contestar a decisão de conceder a um criminoso o status de refugiado político. Para que ouçam o nosso forte desapontamento contra uma injustiça que fere Milão.

- Espero que o governo tome nas próximas horas uma atitude em relação à decisão [do governo brasileiro]. Caso contrário, a Itália será obrigada a usar como medida extrema o boicote dos produtos do Brasil - reiterou o político italiano.

Na mesma linha, a prefeitura da capital italiana também demonstrou seu desapontamento pela decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder asilo político a Battisti. Na última quarta-feira, o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, enviou uma carta ao presidente Lula pedindo a revisão da decisão do governo brasileiro.

O ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti, de 54 anos de idade, foi condenado em 1993 na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 70 enquanto militava no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo ligado às Brigadas Vermelhas.

Na última terça-feira, o ministro da Justiça brasileiro decidiu pelo status de refugiado político, o que garante que Battisti deixe a prisão de Papuda, em Brasília, onde se encontra, e possa trabalhar e morar no Brasil. O ministro brasileiro argumenta que a decisão foi baseada na "existência fundada de um temor de perseguição" contra Battisti, que alega inocência.

do Ministerio de Relações Exteriores Brasil